Se na poesia e nas artes dominam ou já dominaram os temas das grandes capitais ou da nostalgia de um campo perdido, neste livro os leitores encontrarão fragmentos de memórias de um rapaz do interior do Paraná. Mas não meros fragmentos: poemas em cuja brevidade se adivinha um longo processo de condensação e maturação.
Se tem olhos de ver, quem ler verá, entre outras imagens e histórias, os olhos tristes de um elefante, a admiração de um menino pelo heroísmo do pai, um fortuito abraço à beira das águas infinitas do Rio Negro, que inauguraram os mistérios do amor e suas decepções, um reencontro de amigos já despidos da inocência da juventude que pensa poder o infinito. Mas acima de tudo, um manifesto poético em favor da generosidade, da fé nas palavras, da importância que é termos um rapazinho dum interior paranaense sem glamour ou ruínas românticas usando de seu talento para cristalizar em poesia a sua terra, com suas ânsias, seus medos, seus desejos.
Este livro é uma homenagem ambígua à cidade do autor, homenagem que reside justamente entre a esperança de um futuro grande e a decepção de um presente-quase-desperdiçado. Quase porque a poesia de Marco Aurélio de Souza servirá de testemunho a, quem sabe, outros jovens sedentos por dar a ver em palavras as suas cercanias.
(Texto de Pedro Sáfara)


A capa do livro Uma Valsa no Rio Negro foi selecionada para integrar a 14ª Bienal Brasileira de Design da ADGBrasil,
na categoria Margens & Colunas.
O evento acontece desde 1992 e é um importante registro da produção nacional na área. A capa integra o catálogo desta edição.
designer
CARLOS BAUER

"A metáfora desejada para a capa era a imagem noturna das águas de um rio revolto. Para materializá-la, o título foi impresso e submerso em uma bacia com água; conforme ia sendo agitada para produzir ondulações e bolhas, fotos foram sendo tiradas. Depois, a capa foi finalizada digitalmente e impressa em offset duotone. Esta capa tira partido do aspecto material da tipografia para construir sua metáfora, por meio de um processo que abre mão do controle preciso das ferramentas digitais. É também analogia ao próprio fazer da poesia, que tem nas palavras a matéria prima para seu jogo de linguagem".






FICHA TÉCNICA
Autor: Marco Aurélio de Souza
Editora: Lambrequim
Edição e revisão: Felipe Teodoro
Coordenação editorial e produção gráfica: Daniel Osiecki
Capa, projeto gráfico e diagramação: Carlos Bauer
Fotos de Rio Negro no miolo: Adriano Elias
Produção executiva: Eduardo Godoy
Coordenação administrativa: Rafaela Prestes
Assistente de produção: Tamires Limurci
Gráfica: Midiograf